20 bairros da Capital concentram 48% dos homicídios

12/11/2013 16:56

Em 2012, dos 1.625 homicídios dolosos cometidos na capital cearense, 784 (48,25%) se concentraram em 20 bairros. O número é resultado de análise do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica Aplicada do Ceará (Ipece) a partir de estatísticas da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Somados outros 20 bairros do ranking, totalizando 40, o percentual de crimes concentrados sobe para 73,23% (1.190 mortes). No ano passado, apenas dez bairros de Fortaleza não registraram nenhum homicídio (Amadeu Furtado, Bom Futuro, De Lourdes, Parreão, Salinas, Parque Araxá, Parque Manibura, São Bento, Coaçu e Guajeru).

O estudo do Ipece mostra que as mortes violentas são praticadas principalmente em quatro polos (Messejana, Siqueira, Praia do Futuro, Barra do Ceará e suas respectivas adjacências) de perfil socioeconômico semelhante. A maior parte dos bairros com número elevado de homicídios tem população entre 30 mil e 50 mil habitantes. Todos os seis bairros com maior número de habitantes, de população superior a 50 mil, figuram na lista dos 40 onde mais foram registradas mortes violentas (Passaré, Vila Velha, Barra do Ceará, Granja Lisboa, Mondubim e Jangurussu).

 

De acordo com o estudo, quando observado o número de jovens entre 11 e 29 anos, a relação com os homicídios também é constatada, principalmente nas áreas das Regionais I, III e IV.

“Visualizamos como se distribuem essas mortes e relacionamos com variáveis dos bairros de maior incidência: renda, educação, densidade demográfica”, explica Victor Hugo Oliveira, analista de políticas públicas e um dos responsáveis pelo estudo.

 

Um trecho da pesquisa esclarece essa relação: “Nota-se que os bairros onde a incidência de homicídio é elevada são bairros que pertencem à menor faixa de renda média pessoal (entre R$ 239,25 e R$ 500)”.

 

Sem resposta

Procurada, a Polícia Militar, por meio da assessoria de imprensa, informou que a atuação da instituição é baseada nos números criminais oficiais e as ações - ostensivas e/ou intensivas - são potencializadas para as áreas onde as estatísticas apontam. 

 

O POVO entrou em contato com o Comando de Policiamento da Capital (CPC), mas foi informado que o comandante estava ausente. Respondendo interinamente pelo setor, o tenente-coronel Wilamar Galvão ratificou que existem ações de reforço nas áreas indicadas  pelas estatísticas criminais. 

 

Fonte: Ipece com informações do Jornal O POVO.