Mais de 36% dos cearenses dizem já ter sido vítimas de crimes

05/12/2013 16:39

 

O Ceará ocupa, atualmente, a 5ª posição no ranking das cidades que apresentam as maiores taxas de vitimização em todo o País. Segundo a primeira Pesquisa Nacional de Vitimização, divulgada nesta quinta-feira (5) pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, 36,1% dos cearenses dizem ter sido vítimas ao longo da vida de crimes como roubos, furtos, agressões ou ofensa sexual.

Em Teresina, Belém e Fortaleza são observados os maiores índices dos que temem ser assaltados (74,2%, 68,3% e 63%, respectivamente)

Ao todo, 26,6% dos entrevistados também afirmaram ter sofrido algum desses crimes nos últimos 12 meses que antecederam o questionário, aplicado em 346 municípios, de junho de 2010 a maio de 2011 e em junho de 2012. Foram ouvidas 78 mil pessoas com 16 anos ou mais.

Em relação às capitais, Fortaleza ocupa a 4ª posição, com 31,5%, na taxa de vítimas que afirmam ter sofrido algum tipo de violência na vida ou nos últimos 12 meses. Macapá (47,1%), Belém (41,1%), e Rio Branco (31,9), ocupam as primeiras colocações respectivamente. 

Em Teresina, Belém e Fortaleza são observados os maiores índices dos que temem ser assaltados (74,2%, 68,3% e 63%, respectivamente).

A satisfação com a Polícia também foi avaliada. Segundo o levantamento, 49,9% dos cearenses estão satisfeitos com a Polícia Militar. Já com relação a taxa de confiança na Polícia Militar o número cai para 14,9%. O mesmo é demostrando com a Polícia Civil, quando a taxa de confiança é de 10,7%.

A pesquisa englobou 12 tipos de ocorrências em que pode ser feito o registro policial: furto e roubo de automóveis, furto e roubo de motocicletas, furto e roubo de objetos ou bens, sequestro, fraudes, acidentes de trânsito, agressões, ofensas sexuais e discriminação.

Norte e Nordeste estão nas principais colocações

Os estados do Norte e Nordesteapresentam as principais colocações entre vítimas de crimes no País. Os percentuais de vitimização são maiores na região Norte (30,5%), que também reúne os estados com as maiores taxas: 46% no Amapá e 35,5% no Pará. A região Sul possui os estados com os menores índices: Santa Catarina (17%), Rio Grande do Sul (17,2%) e Paraná (17,4%).

Norte e Nordeste apresentam as principais colocações entre vítimas de crimes no País. FOTO: THIAGO GASPAR

Segundo a pesquisa, na região Nordeste a taxa chega a 22%, mas é maior no Rio Grande do Norte com 31,3% e Ceará com 26,6%. Também apresentam percentuais acima da média os estados do Acre (29,9%), Amazonas (25,2%), Roraima (24,8%), Mato Grosso e Tocantins (23% em ambos).

Levantamento em todo o País

Considerando-se o total da amostra, 32,6% dos brasileiros que vivem dizem ter sofrido ao longo da vida algum dos 12 tipos de crimes ou ofensas contemplados na pesquisa. Quando se considera a vitimização ocorrida nos 12 meses anteriores à realização da pesquisa, 21% afirmam que o fato aconteceu por pelo menos uma vez nesse período.

O levantamento mostra, no entanto, que apenas 19,9% das vítimas procuraram a polícia para registrar as ocorrências. Destas, 54,6% afirmaram que ficaram satisfeitas com a atuação da polícia no episódio.

Conforme a pesquisa, a maior parte das vítimas está nas classes mais ricas, mais escolarizadas e entre os mais jovens.

Na classe A, segundo o critério Brasil de estratificação econômica, a taxa de vitimização é de 33,45%. Entre os que têm nível superior de escolaridade, de 28,8%, e entre os que têm idade de 16 a 24 anos, de 25,3%.

Crimes e locais onde ocorreram

Sobre os crimes incluídos na pesquisa, as agressões e ameaças são os mais comuns – 14,3% dos brasileiros que ter sofrido alguma ofensa desse tipo nos 12 meses que antecedem o levantamento. Em seguida, aparecem relatos de discriminação, com 10,7%. Furtos de objetos e fraudes foram declarados por 9,8% e 9,2% dos entrevistados, respectivamente.

A maior parte das ocorrências se dá dentro da casa do entrevistado (38,3%) ou em suas proximidades como a rua onde ele mora (33,3%), o seu bairro (14,9%) ou na garagem da residência (11,1%).

As ocorrências mais comuns dentro da casa do entrevistado são furto de objetos (53,9% das vítimas relatam que o caso aconteceu no local), agressões (34,2% dos casos) e ofensas sexuais (21,7%). Furto e roubo de automóveis são mais frequentes na rua onde vivem os entrevistados (40,7% e 31,5% das vítimas, respectivamente, citam o lugar como sendo onde aconteceu o crime nos 12 meses anteriores à pesquisa).

Por fim, apenas 2,7% dos brasileiros adultos declaram possuir arma de fogo em casa. Na região Sul, esse índice sobe para 4,4% - no Rio Grande do Sul, o índice de posse de arma de fogo é de 6,2% - e no Centro-Oeste fica em 4% - no Distrito Federal, 5,8% possuem arma de fogo em casa. Questionados sobre os motivos para ter arma de fogo em casa, 1,1% dos 2,7% declarou que a arma é usa para se prevenir ou proteger de crimes, e outro 1,1% afirmou que a arma pertence às forças armadas e policiais.

 

Diário do Nordeste - 05/12/2013